Lino Vitti
Tristonha,
assustadora, barulhenta,
Como um monstro de
sonhos do passado,
Eis surge a
carrocinha que atormenta
A vida do cãozinho
abandonado.
Chicote, laço, rede
em cor cinzenta,
Homens rudes, de
rosto amargurado,
Correm, gritam,
bravejam e o cão, coitado,
Gane, chora e fugir
da rede tenta.
Como pode existir
tão desumano,
Gesto tão condenável, tão insano,
Gerador
de tão tétrica maldade?
Como pode de um
cão o ingrato dono
Deixá-lo na desgraça, no abandono,
Ao léu da dor, de insólita
orfandade?
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