Sou vegetariana por amor aos animais

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"Se os matadouros tivessem paredes de vidro
todos seriam vegetarianos."

(Paul e Linda Mc Cartney)



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sexta-feira, 28 de março de 2014

O último rinoceronte negro


Ivana Maria França de Negri

Que notícia mais triste nos chega de Moçambique. Segundo a última atualização da Lista Vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza - IUCN da sigla em inglês - que cataloga e classifica as espécies em risco de extinção, foi declarado oficialmente extinto o rinoceronte negro. O último exemplar talvez tenha sido abatido em plena reserva, local que, teoricamente, deveria protegê-los da barbárie humana.
Sempre existem os maus funcionários, que em troca de dinheiro, deixam os caçadores entrarem nas reservas. E esses, agem da pior maneira possível, totalmente inescrupulosa. Dopam o animal e às vezes, quebram a coluna para que não possa se defender e retiram seu chifre num só golpe de machado ou com serras. E decepam não só o chifre, mas arrancam junto língua, olhos, boca, nariz, não estando nem aí com o sofrimento do bicho. Quando o animal acorda, ensanguentado, fraco, com carnes expostas, cheio de dores, sai cambaleando e deixando um rastro de sangue.  Não pode comer, nem dormir, nem ao menos beber água. Muitos dos que são encontrados nessa situação são sacrificados pelos próprios guardas das reservas, outros, não têm a mesma sorte e agonizam por dias, em meio à savana, até que a morte os liberte do sofrimento. E nem mesmo filhotes são poupados.
Estive há alguns meses na África do Sul e num dos safáris fotográficos na reserva do Kruger Park, pude ver esses belos e imponentes animais. A emoção ao observá-los de perto é muito grande. E agora, diante dessa tragédia, sinto uma tristeza imensa. Estatísticas do governo estimam que só no ano passado 668 rinocerontes foram mortos dentro da reserva, que fica a 350 km de Moçambique.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, Moçambique é o vigésimo país mais pobre do mundo, o que faz com que muitas pessoas se juntem a grupos de caça ilegal, que lhes rende bastante, pois um chifre de rinoceronte pode ser vendido por até 65 mil dólares o quilo.
“Estamos lidando com o crime organizado, extremamente bem financiado e eles estão ganhando a batalha...” diz  Craig Sholley, biólogo conservacionista.
A população de rinocerontes foi dizimada em Moçambique há mais de um século, mas foi recomposta anos atrás. Infelizmente, não é possível controlar a caça ilegal porque sempre algum guarda florestal é corrompido e, por algum dinheiro, ajuda os caçadores a chegarem até os locais onde vivem os animais.
Matar animais silvestres, tráfico de chifres de rinoceronte e presas de elefantes são considerados delitos leves, e esses guardas detidos por cooperarem com os caçadores ilegais permanecem soltos.
A medicina tradicional chinesa receita o chá de pó de chifre de rinoceronte para vários tipos de doenças, desde febres infantis, artrite, envenenamento e até para possessões demoníacas. E os asiáticos também consideram o pó afrodisíaco.
Ora, se precisam de afrodisíaco, que tomem a pílula azul e deixem os animais em paz!
Quanta ignorância! Parece que o governo da África do Sul está trabalhando para uma reforma nas leis ambientais a fim de torná-las mais rígidas, mas enquanto isso não acontece, caçadores continuam agindo, e se demorar muito, pode ser tarde demais...


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