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Ativista diz que invasão de empresa que usava beagles 'saiu do controle'
Presidente de sociedade protetora dos animais foi levado para a delegacia.
Ele afirmou ter visto animais com irritações, mas não levou cães para casa.
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O presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Dois Córregos, Nelson Alex Parente, que participou da invasão do laboratório do Instituto Royal, em São Roque, na madrugada desta sexta-feira (18), disse que ação dos ativistas "saiu do controle". Ele estima que cerca de 200 cães foram retirados do local. As instalações ficaram danificadas.
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"Nosso único objetivo era garantir o bem estar dos cães. Era fazer o resgate dos animais, cadastrá-los e levá-los para abrigos. Mas foi uma pena, porque saiu do controle. Isso atrapalha até o serviço sério que as nossas entidades estão fazendo", afirmou ao G1 o ativista, que foi levado pela Polícia Militar até a Delegacia de Polícia de São Roque para ser averiguado.
Dezenas de ativistas derrubaram um portão e invadiram, por volta das 2h desta sexta-feira, o laboratório do Instituto, que fica a 59 km de São Paulo. Eles levaram em carros próprios cães que estavam no complexo, motivados pelas suspeitas de que os bichos sofriam maus-tratos no local, e registraram boletim de ocorrência. Um segundo boletim, por furto qualificado, foi feito contra os ativistas, com base no relato dos policiais que acompanharam a manifestação e a invasão.
Em 2012, após receber uma denúncia contra o instituto, o Ministério Público de São Roque abriu uma investigação, ainda não concluída. "Foram feitas duas visitas. Uma delas por uma veterinária de uma organização internacional. Na época, nenhuma irregularidade foi encontrada", disse o promotor Wilson Velasco Júnior. De acordo com ele, as pesquisas eram de empresas de cosméticos, mas a lei permite que os clientes do laboratório sejam mantidos em sigilo. Ele disse ainda que a prática de vivissecção – a dissecação de animais vivos para estudos – é autorizada.
'Não tivemos mais o que fazer'
Segundo Nelson Alex Parente, cerca de 30 ativistas deixaram a entrada principal do instituto, onde aconteciam protestos há quase uma semana, e pularam a cerca do laboratório na altura do km 56 da Rodovia Raposo Tavares. A decisão foi tomada depois que o grupo recebeu uma denúncia de que os animais seriam mortos e de que caminhões de pequeno porte teriam entrado na estrutura, o que permitiria a retirada dos corpos.
Segundo Nelson Alex Parente, cerca de 30 ativistas deixaram a entrada principal do instituto, onde aconteciam protestos há quase uma semana, e pularam a cerca do laboratório na altura do km 56 da Rodovia Raposo Tavares. A decisão foi tomada depois que o grupo recebeu uma denúncia de que os animais seriam mortos e de que caminhões de pequeno porte teriam entrado na estrutura, o que permitiria a retirada dos corpos.
Eles se depararam com seguranças e, posteriormente com policiais. "Nós queríamos que alguém do instituto viesse conversar conosco e nos mostrasse as instalações", afirmou.
Parente contou que, como não houve repressão de imediato, outras pessoas resolveram fazer o mesmo. "Com o barulho, os cães latiam e as pessoas começaram a destruir as portas para pegá-los. Não tivemos mais o que fazer", disse.
Parente contou que, como não houve repressão de imediato, outras pessoas resolveram fazer o mesmo. "Com o barulho, os cães latiam e as pessoas começaram a destruir as portas para pegá-los. Não tivemos mais o que fazer", disse.
O ativista afirmou ter visto animais sem tosados e com irritações nos olhos e na pele. Um filhote congelado também foi encontrado no laboratório. Ele contou qinda que abrigos tinham sido localizados para acolher os cães da raça beagle. "Eu acho que, se tratasse de cães viralatas, não teria tanta gente interessada. Como se tratavam de beagles, que possuem um valor comercial, juntou tanta gente". De acordo com Parente, cerca de 100 pessoas entraram no laboratório.
O presidente da sociedade protetora dos animais estima que cerca de 200 animais foram retirados do laboratório. "Eu vi muito filhote e várias fêmeas prontas para dar a luz", afirmou. Parente disse não ter ficado com nenhum animal e que a maior parte foi para São Paulo, Sorocaba e Campinas. "A mobilização pelas redes sociais foi muito grande tinha gente de várias cidades."
Polícia Civil procura os animais
A Polícia Civil procura localizar os cães levados do laboratório. "É primordial neste momento encontrar esses cães e apurar se eles podem causar algum dano à saúde de outros animais e das pessoas.Também precisamos examiná-los para saber se foram vitimas de maus-tratos”, afirmou o promotor Wilson Velasco Júnior, do Ministério Público de São Roque.
A Polícia Civil procura localizar os cães levados do laboratório. "É primordial neste momento encontrar esses cães e apurar se eles podem causar algum dano à saúde de outros animais e das pessoas.Também precisamos examiná-los para saber se foram vitimas de maus-tratos”, afirmou o promotor Wilson Velasco Júnior, do Ministério Público de São Roque.
De acordo com o delegado Marcelo Sampaio Pontes, que conversou com uma veterinária do instituto, como os animais eram submetidos a tratamentos especiais, eles têm a imunidade comprometida e alguns correm risco de morrer caso não sejam tratados adequadamente. "Até a água que eles tomam é especial", afirmou.
A Polícia Civil vai analisar imagens de televisão e fotos para comprovar a participação de ativistas. Aqueles que deixaram o laboratório com os animais deverão responder por furto.
Instituto admite testes, mas nega maus-tratos
A gerente-geral do Instituto Royal, Sílvia Ortiz, que registrou boletim de ocorrência contra a invasão da empresa por ativistas ligados à associações protetoras dos animais, classificou o ato dos ativistas como terrorismo. Ela admite que a empresa realiza testes com animais, mas nega qualquer tipo de maus-tratos. Afirma ainda que o laboratório segue as regras e tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A gerente-geral do Instituto Royal, Sílvia Ortiz, que registrou boletim de ocorrência contra a invasão da empresa por ativistas ligados à associações protetoras dos animais, classificou o ato dos ativistas como terrorismo. Ela admite que a empresa realiza testes com animais, mas nega qualquer tipo de maus-tratos. Afirma ainda que o laboratório segue as regras e tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No boletim de ocorrência de furto qualificado, policiais que acompanharam a manifestação e a invasão no instituto disseram que dependências do estabelecimento foram depredadas e que os cães ali mantidos foram subtraídos. Eles afirmaram ainda que não houve agressões por parte dos manifestantes contra seguranças do local.
Pastas com documentos, computadores, medicamentos e placas de acrílico contendo o que parecem ser testes foram recolhidos e apresentados na delegacia. Segundo o delegado Marcelo Sampaio Pontes, a polícia faria uma perícia no local ainda pela manhã. Ele disse que a única coisa comprovada até o momento é que os cachorros foram furtados.
O promotor Wilson Velasco Júnior afirmou que, em reunião com representantes de ONGs na quarta-feira (16), orientou para que os ativistas não invadissem o laboratório. "Quando eles invadiram e depredaram o laboratório eles destruíram provas", afirmou. "É primordial neste momento encontrar esses cães e apurar se eles podem causar algum dano à saúde de outros animais e das pessoas. Também precisamos examiná-los para saber se foram vitimas de maus tratos", completou o promotor.
Nota de esclarecimento
A empresa Royal Canin, multinacional de origem francesa que fabrica alimentos para animais domésticos, divulgou uma nota na manhã desta sexta-feira (18) informando que, apesar da similaridade entre os nomes das duas empresas, não possui qualquer relação com o Instituto Royal.
A empresa Royal Canin, multinacional de origem francesa que fabrica alimentos para animais domésticos, divulgou uma nota na manhã desta sexta-feira (18) informando que, apesar da similaridade entre os nomes das duas empresas, não possui qualquer relação com o Instituto Royal.
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