Viajando pela África do Sul – Parte 1
Por Mais Cultura em 5 de fevereiro de 2013.
Por: Ivana Maria França de Negri
Conhecer parte da África do Sul e participar de safáris fotográficos no coração da selva, para quem ama animais como eu, é um sonho maravilhoso que se tornou real.
Percorrer o santuário sagrado e intocável dos bichos, em jipe sem capota, sentindo o vento no rosto, o sol causticante, cheiros e sons das savanas, é mesmo uma sensação indescritível. O desafio maior é conseguir ver os cinco grandes, os “Big Five”, que são o leão, búfalo, rinoceronte, elefante e leopardo. Como estávamos com muita sorte, conseguimos ver os cinco em dias diferentes, pois participamos, eu, meu marido e um casal amigo, de quatro safáris!
Muita gente se considera satisfeita avistando três ou quatro dos “big”. Mas a fauna é riquíssima e tem muito mais animais como girafas, hipopótamos, gnus, zebras, que pastam tranquilos, e bandos de macacos, hienas, entre outros, sem contar a infinidade de aves.
Os carros saem sempre às cinco da manhã e às quatro da tarde, quando o sol não está tão forte, e ficam rodando por três horas seguidas pelas poeirentas trilhas de terra, aos solavancos. Para nossa sorte, não choveu nenhum dia! E nem sentimos as horas passarem, tal a emoção, ansiedade e expectativa.
Uma coisa é ver elefantes e girafas tristonhos, acorrentados, e leões presos em jaulas minúsculas em circos ou zoológicos. Judiados, acuados, muitos com garras e dentes extirpados. Outra, bem diferente, é vê-los soltos, altivos e imponentes, livres em seus habitats naturais.
Os machos impondo sua força e defendendo seus territórios e as fêmeas orgulhosas, caminhando com suas crias. Nada de animais submissos e maltratados.
Felinos bocejam e se espreguiçam ao sol como se fossem gatos domésticos.
A natureza mostra-se exuberante sem a ação predatória do homem. Não se avista nenhum saquinho plástico, copos descartáveis, nada de poluição ou lixo, pois animais não poluem e não destroem o meio ambiente.
Rinocerontes caminham vagarosamente e tomam banhos de lama. Uma hiena cruza a trilha e me assusta o tamanho dela. Pelas ilustrações em livros e pelos documentários televisivos, imaginava que fosse pouco maior que um cão de grande porte, mas ela é realmente imensa.
Cada animal que vi cruzar a trilha era de uma beleza ímpar que não dá para descrever. Não fiquei com medo. Apesar de estarmos invadindo o território deles, talvez deduzam que os jipes que lá circulam não oferecem perigo. Acho que se acostumaram e deixam os carros em paz. É terminantemente proibido alimentar os animais, pois eles fazem parte de um ecossistema perfeito e não precisam dos alimentos industrializados dos humanos.
Tudo é preservado e intocado, pois lá só a natureza age. Perguntamos ao guia se havia veterinários que atendessem os animais feridos e nos informaram que não podem interferir em nada. Animais se alimentam fartamente nas extensas savanas, se multiplicam, convivem em harmonia. Os carnívoros só perseguem a presa quando com fome. Quando estão de barriga cheia, ficam lado a lado, sem importunarem-se uns aos outros, em relativa paz.
Com meus olhos marejados de emoção, rezo para que esses santuários ecológicos que ainda restam no planeta, sejam preservados para as futuras gerações, pois seria muito triste se nossos descendentes não pudessem usufruir dessas maravilhas e conhecer ao vivo e em cores essa natureza intocada.
Como a África não é só safári, animais e selva, deixarei para uma próxima crônica minhas impressões sobre os magníficos lugares que visitei.
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