Ivana M. F. de Negri
Quanta angústia me causa este lugar sinistro. Aqui não existe harmonia e nem paz. Fui separado de minha mãe e de meus irmãos assim que nasci. Não sei o significado da palavra liberdade e nunca soube o que é amor. Encheram-me de injeções, marcaram meu couro com ferro em brasas, cortaram meus chifres e me castraram sem anestesia.
A cena que meus olhos vêem é horrenda: meus irmãos bois sendo conduzidos por estreito corredor, sendo atiçados por meio de lancetadas e choques elétricos. Desesperados, acuados, pressentindo a iminência da morte e apavorados com os gritos dos que os precedem nesse caminho sem volta, querem fugir, mas não há saída.
No funil da morte, são atingidos por vários golpes violentos de marreta na cabeça. Ainda atordoados e sangrando muito, vão sendo pendurados em afiados ganchos enquanto lhes arrancam o couro e descarnam seus ossos.
Nestes momentos finais, as cenas que vejo são indescritíveis. Estou aflito e não sei como deter esse holocausto. Sinto um forte odor de sangue, ouço os tristes lamentos de meus irmãos. São inocentes como eu. Não cometeram crime algum, nada fizeram de mal aos seres humanos para que os tratem tão barbaramente.
Sei que os meus irmãos porcos são esfaqueados no coração e têm cortadas as jugulares, enquanto esperneiam e gritam. Meus irmãos carneiros derramam lágrimas que não enternecem o humano que os degola friamente. Minhas irmãs aves têm seus pescoços torcidos, são estranguladas e seus ossos estalam. São dependuradas de cabeça para baixo ainda se debatendo enquanto são mergulhadas em água fervente para que se soltem as penas. As de melhor sorte morrem na hora, outras agonizam e morrem apenas quando caem nos tanques escaldantes.
Engordaram-me até que ficasse inchado de tanta gordura e eu não consigo nem ficar de pé. Planejam tirar a minha pobre vida ainda hoje para comerem minha carne até se empanturrarem. Já os vi colocando os restos mortais dos meus irmãos nos espetos e os cremando numa fogueira. Nessa hora seus olhos quase saltam das órbitas e eles salivam de tanto prazer diante da visão do sangue respingando.
O odor aqui dentro deste matadouro é repugnante, mistura de sangue fresco e de excrementos que os infelizes soltam por medo e dor. Nossos ouvidos são agredidos por berros, sons guturais de aflição extrema diante da violência e da morte iminente. Nós queremos viver!
O homem é o único animal que cria para comer, que se faz amigo dos que devora.
Oh Deus, que criastes os homens e os animais. Despertai a consciência dos que se dizem humanos para que compreendam que somos irmãos e nosso padecimento não é menor que o deles, pois somos seres sensíveis, sofremos e merecemos compaixão.
E eles se auto-proclamam seres de luz, de paz, os únicos racionais e inteligentes da face da terra, criados à imagem e semelhança de Vós.
Quanta angústia me causa este lugar sinistro. Aqui não existe harmonia e nem paz. Fui separado de minha mãe e de meus irmãos assim que nasci. Não sei o significado da palavra liberdade e nunca soube o que é amor. Encheram-me de injeções, marcaram meu couro com ferro em brasas, cortaram meus chifres e me castraram sem anestesia.
A cena que meus olhos vêem é horrenda: meus irmãos bois sendo conduzidos por estreito corredor, sendo atiçados por meio de lancetadas e choques elétricos. Desesperados, acuados, pressentindo a iminência da morte e apavorados com os gritos dos que os precedem nesse caminho sem volta, querem fugir, mas não há saída.
No funil da morte, são atingidos por vários golpes violentos de marreta na cabeça. Ainda atordoados e sangrando muito, vão sendo pendurados em afiados ganchos enquanto lhes arrancam o couro e descarnam seus ossos.
Nestes momentos finais, as cenas que vejo são indescritíveis. Estou aflito e não sei como deter esse holocausto. Sinto um forte odor de sangue, ouço os tristes lamentos de meus irmãos. São inocentes como eu. Não cometeram crime algum, nada fizeram de mal aos seres humanos para que os tratem tão barbaramente.
Sei que os meus irmãos porcos são esfaqueados no coração e têm cortadas as jugulares, enquanto esperneiam e gritam. Meus irmãos carneiros derramam lágrimas que não enternecem o humano que os degola friamente. Minhas irmãs aves têm seus pescoços torcidos, são estranguladas e seus ossos estalam. São dependuradas de cabeça para baixo ainda se debatendo enquanto são mergulhadas em água fervente para que se soltem as penas. As de melhor sorte morrem na hora, outras agonizam e morrem apenas quando caem nos tanques escaldantes.
Engordaram-me até que ficasse inchado de tanta gordura e eu não consigo nem ficar de pé. Planejam tirar a minha pobre vida ainda hoje para comerem minha carne até se empanturrarem. Já os vi colocando os restos mortais dos meus irmãos nos espetos e os cremando numa fogueira. Nessa hora seus olhos quase saltam das órbitas e eles salivam de tanto prazer diante da visão do sangue respingando.
O odor aqui dentro deste matadouro é repugnante, mistura de sangue fresco e de excrementos que os infelizes soltam por medo e dor. Nossos ouvidos são agredidos por berros, sons guturais de aflição extrema diante da violência e da morte iminente. Nós queremos viver!
O homem é o único animal que cria para comer, que se faz amigo dos que devora.
Oh Deus, que criastes os homens e os animais. Despertai a consciência dos que se dizem humanos para que compreendam que somos irmãos e nosso padecimento não é menor que o deles, pois somos seres sensíveis, sofremos e merecemos compaixão.
E eles se auto-proclamam seres de luz, de paz, os únicos racionais e inteligentes da face da terra, criados à imagem e semelhança de Vós.
Dizem que animais não choram, mas nessa hora crucial, lágrimas brotam de meus olhos.
Só que nenhum ser humano as vê, ou não quer enxergar...
Parabéns pelo blog.Maravilhoso. Sou vegetariana há 4 anos e posso te afirmar que foi a melhor escolha que fiz na minha vida. Depois de tantas informações sobre o assunto, sabendo que não precisamos de carne pra viver e do sofrimento absurdo dos nossos irmãos menores eu não poderia ser mais conivente com tais crimes e continuar achando que meu paladar é mais importante que o sofrimento dos animais. Espero que vc consiga conscientizar muita gente com este blog. Beijo. Luciana.
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